Projeto de inclusão comemora 60 anos da Tarso de Coimbra
Prefeito Sérgio Azevedo recebeu a visita da equipe do projeto
Para celebrar os 60 anos do Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado Dr. Tarso de Coimbra, que atende estudantes surdos e com deficiência auditiva, as pedagogas Fabiana Scassiotti Fernandes Solia, coordenadora da unidade, e Maria Angela dos Santos Caruso idealizaram o projeto “Mãos que falam e ultrapassam fronteiras – Empatia”.
Na última semana, as idealizadoras apresentaram o programa ao prefeito Sérgio Azevedo. Também participaram do encontro, representantes da equipe da Tarso de Coimbra, alunos da unidade, a secretária de Educação Flávia Vivaldi e o coordenador da Divisão de Projetos de Educação Complementar, Mario Augusto Marques.
“Mãos que falam e ultrapassam fronteiras – Empatia” é um programa de acessibilidade atitudinal que visa ultrapassar as fronteiras de comunicação que separam surdos e ouvintes e impedem uma sociedade verdadeiramente inclusiva. Na prática, o propósito é envolver todos os setores de atendimento ao público da cidade, oferecendo vivências que auxiliem na recepção do surdo e na comunicação básica com ele, desenvolvendo uma atitude proativa de acolhimento.
O surdo aprendeu um idioma próprio para se comunicar e se relacionar com o mundo a sua volta. No entanto, essa relação ficou prejudicada uma vez que a grande massa da população ainda desconhece a realidade vivida por aqueles que não ouvem e poucos conhecem a Língua de Sinais como forma de comunicação.
O projeto foi desenvolvido a partir das demandas trazidas pelos alunos quanto às dificuldades encontradas durante o atendimento, sobretudo no comércio da cidade. Apresentado inicialmente a um grupo de empresários locais, o programa já é uma realidade. Até o momento, mais de dez empresas estão recebendo o treinamento. Segundo a coordenadora Fabiana Solia, o projeto visa despertar as pessoas para as possibilidades de comunicação básica com a população surda, especialmente em estabelecimentos comerciais da cidade, sempre visando uma cidade mais acolhedora.
Escola atende 42 alunos surdos ou com deficiência auditiva
Treinamento
Sob a coordenação de Fabiana Solia e Angela Caruso e com o apoio da equipe docente da Tarso de Coimbra, as atividades acontecem in loco, com duração aproximada de 1h30 em cada encontro. Ao final desse processo, a empresa parceira receberá um selo de identificação de atitude acolhedora para ser afixado na entrada dos estabelecimentos participantes, agregando valor à empresa.
O programa também conta com uma campanha visual para que nomes e informações traduzidas em sinais sejam espalhados pela cidade, a fim de tornar conhecida a modalidade de comunicação do surdo, bem como facilitar a aprendizagem desta língua por todos.
O prefeito Sérgio Azevedo afirmou que o projeto terá total apoio da Prefeitura, que abrirá as portas para o treinamento no setor público com o objetivo de tornar Poços de Caldas uma cidade acolhedora, inclusiva e referência no atendimento ao surdo.
Interessados em participar do programa, devem entrar em contato com o CMAEE Dr. Tarso de Coimbra pelos telefones: (35) 3697-5161 e (35) 98854-3198.
O projeto tem apoio da Equipe Técnica do CMAEE Dr. Tarso de Coimbra, LABORE – Consultoria Empresarial RH, Confraria do Café do Sul de Minas e Faculdade de Arquitetura e Faculdade de Publicidade da PUC Minas.
Tarso de Coimbra
Em 1959, Dona Nini Mourão reuniu cidadãos poços-caldenses para fundarem a Associação das Crianças Surdas de Poços de Caldas. Sessenta anos depois, o Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado Dr. Tarso de Coimbra mantém o compromisso, que vai além da continuidade do trabalho iniciado por seus idealizadores: oferecer educação de qualidade às crianças e jovens surdos e transformar a realidade que insiste em não considerar a pessoa surda (ou com perda auditiva) como sujeito capaz de participar de todos os âmbitos da sociedade.
A escola funcionava na própria Fungotac, mudou-se para a Rua São Paulo e, em 1987, foi incorporada à Rede Municipal de Ensino. Em 2001, conquistou a sede própria na Rua Mario Xandó de Oliveira, 2 , no bairro São Geraldo, em uma construção conjunta entre a Alcoa e a Prefeitura. Em 2011, a escola foi transformada em Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado Dr. Tarso de Coimbra, em consonância com a legislação e política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva.
Hoje, a escola conta com 42 estudantes surdos e com deficiência auditiva, oferecendo atendimento educacional especializado, de forma não substitutiva à escolarização, no contraturno escolar.
