A Fonte dos Amores é parada obrigatória de muitos turistas que visitam Poços. A família do administrador de empresas Benedito Ostanelli, vem sempre de Valinhos, SP, para passear por aqui. “A gente já vem preparado, traz as bananas para alimentar os macaquinhos”. No último sábado, 21, no entanto, eles foram surpreendidos pelas agentes de endemias que explicaram sobre os riscos que este ato pode trazer. “Nós tivemos recentemente, acidentes de mordeduras com turistas que, assim, como vocês, estavam alimentando os macacos. Eles são animais silvestres e que podem ter este tipo de reação, por isso orientamos a não ter este contato próximo, mas somente a fotografar e a observar de longe, para o bem de todos”, orientou Márcia Helena Geremias de Paula, acompanhada das agentes Ana Caroline, Maria Olívia, Analice e Elizangela, que também atuaram no primeiro final de semana da ação. “A gente como turista acha que está fazendo o bem e aí vem essa informação. Sem dúvidas, muito importante esta conscientização pra gente mudar de atitude”, disse Ostanelli.
Além dos riscos à saúde dos visitantes, alimentar os macacos interfere diretamente no equilíbrio ambiental. “Os macacos são dispersores de sementes de frutos nativos, quando são alimentados da forma como vem acontecendo, eles deixam de cumprir esta função, o que interfere diretamente no reflorestamento natural da mata”, explicou o médico veterinário e Referência de Vigilância da Raiva no Município, Marcus Vinícius Carvalho de Vito.
Os secretários de Saúde, Carlos Mosconi e Flávio Togni de Lima e Silva, estiveram na Fonte e acompanharam o trabalho da Vigilância Ambiental. “A raiva mata e é esse risco que a pessoa corre, quando é mordida pelo macaco. A orientação é que quando possível, a pessoa observe o animal que fez a agressão por 10 dias, com o intuito de verificar se ele manifesta a doença ou vem a óbito, mas no caso dos macacos, esta observação se torna impossível, daí a importância de evitar este contato direto com o animal, para prevenir acidentes”, alertou Mosconi.
De janeiro a outubro deste ano foram registrados 908 acidentes por mordeduras de cães, gatos e macacos, em Poços. Destes, pouco mais de 100 tiveram a necessidade real de tratamento com soro ou vacinas. Este esquema de tratamento é prescrito pela equipe que recebe os casos nos pronto atendimentos e varia de acordo com o tipo de exposição e as condições do animal agressor. Há alguns meses, o Ministério da Saúde vem orientando para o uso racional do soro antirrábico, tendo em vista os baixos estoques em todo o Brasil. Cães e gatos são outros animais que também podem transmitir a raiva, por isso a orientação é evitar contato direto com animais desconhecidos, sejam eles silvestres ou domésticos.
Em casos de mordedura e/ou arranhadura, a assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível. Quanto ao ferimento, deve-se lavar abundantemente com água e sabão e aplicar produto antisséptico. Em Poços, as notificações são feitas pelos pronto atendimentos 24 horas da UPA, do Hospital Municipal Margarita Morales, da Unimed e do Hospital Poços de Caldas, e também na sala de vacina da Policlínica Central, que funciona de segunda a sexta, das 8h às 18h.
A campanha de orientação na Fonte dos Amores teve início no último final de semana e prossegue durante os próximos, dentro do período de temporada de férias. A ação da Secretaria Municipal de Saúde tem o apoio da Secretaria Municipal de Turismo.