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Secretária de Promoção Social, Luzia Martins, destacou a relevância do momento de discussão e reflexão (Foto: Michelle Veloso)
Poços de Caldas sediou, na última terça-feira, 10 de março, no Espaço Cultural da Urca, o II Seminário sobre Enfrentamento da Violência Contra a Mulher. Durante todo o dia, profissionais que atuam nos serviços de atendimento a mulheres vítimas de violência, integrantes da Rede da Mulher e Gêneros e interessados no assunto puderam debater o tema “Entendendo o fenômeno” com especialistas com vasta experiência na área.
O evento marcou a programação pensada para celebrar o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, que reúne ações de ativismo em prol dos direitos das mulheres e da construção de uma sociedade mais igualitária entre homens e mulheres em todo o mundo.
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Primeira palestra do dia foi ministrada pela professora Marta Gouveia, com o tema “Mulheres e Transcidadania: o direito de existir” (Foto: Michelle Veloso)
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Edna Leite Ramos, destacou que 8 de Março é dia de luta. “Para estarmos aqui hoje muitas que nos antecederam pagaram com o sangue da própria vida para que a gente pudesse frequentar uma universidade, se candidatar a cargos políticos, sejam no Executivo ou no Legislativo, e até mesmo estar à frente de uma secretaria, como a Luzia faz na Promoção Social”, discursou.
Para marcar a importância da data, a Secretaria Municipal de Promoção Social e os atores que compõem a Rede da Mulher e Gêneros organizaram o seminário com o objetivo de promover discussões e reflexões que fortaleçam o trabalho intersetorial junto às mulheres que vivenciam situações de violência no município, buscando a promoção dos direitos desse público, bem como criar estratégias conjuntas para o protagonismo e o empoderamento feminino.
“Discutimos durante todo o dia com palestrantes renomados para falar sobre as formas efetivas de prevenção às violências e, assim, dando um passo rumo à proteção das mulheres como um todo, principalmente as que se encontram vitimizadas”, enfatizou a secretária municipal de Promoção Social, Luzia Teixeira Martins.
O vereador Álvaro Cagnani representou a Câmara Municipal na abertura do seminário. Ele apresentou dados sobre a violência contra a mulher no país, ressaltou a importância da mobilização das mulheres em todo o mundo e falou da falta de representatividade feminina na Política. “Na Câmara de Poços de Caldas são 15 vereadores e só duas mulheres. No Congresso Nacional, são 513 deputados federais e 77 mulheres, o que representa 15%”, exemplificou.
Já a diretora da Autarquia Municipal de Ensino, Nanci de Moraes, trouxe a questão da educação para a pauta do dia. “São mulheres educando mulheres e homens, já que a Educação é predominantemente feminina. Creio que somente através da Educação é possível libertar”, defendeu.
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(Foto: Michelle Veloso)
A primeira palestra do dia foi ministrada pela professora da Universidade Federal de Alfenas, Marta Gouveia de Oliveira Rovai, com o tema “Mulheres e Transcidadania: o direito de existir”. “Trabalho com mulheres transexuais e falo hoje sobre a existência delas, sobre o estigma, sobre o preconceito e sobre como elas veem a nossa sociedade, que as filtra por esse estigma”, disse a pesquisadora, que é doutora em História Social pela USP, com Pós-doc pela Universidade Federal Fluminense, desenvolvendo estudos sobre gênero e sexualidade, entre outros.
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(Foto: Michelle Veloso)
App
O Delegado Hernani Perez Vaz, que assumiu a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Poços de Caldas no inicio de fevereiro, destacou a importância de um trabalho em parceria, especialmente nas ações de prevenção à violência contra a mulher. Ele também falou do lançamento do aplicativo MG Mulher, desenvolvido pela Polícia Civil de Minas Gerais.
O novo app é uma ferramenta voltada para a mulher, especialmente a que está sendo vítima de violência. No aplicativo, disponível gratuitamente para download tanto para o sistema operacional Android quanto para o IOS, a mulher encontra os endereços e telefones dos equipamentos mais próximos da sua localização que podem auxiliá-la em caso de emergência. Todos os endereços são mostrados com a indicação de proximidade de onde a mulher está.
Além disso, estão disponíveis no app conteúdos multimídia com informações relativas à temática da violência doméstica. São vídeos, textos e áudios que poderão auxiliá-la no enfrentamento do problema, ampliando o seu conhecimento e fortalecendo as suas tomadas de decisões. O aplicativo permite, ainda, que a mulher possa criar uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela poderá acionar de forma rápida, caso sinta que está em situação de perigo.
Confira os registros da fotógrafa Michelle Veloso.