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Grupo Afoxé Memórias da Resistência estreia com força total no Carnaval

Iniciativa dos moradores da Cascatinha reverencia legado dos grupos tradicionais do carnaval poços-caldense

“Elevador é quase um templo
Exemplo pra minar teu sono
Sai desse compromisso
Não vai no de serviço
Se o social tem dono, não vai”.

“Identidade”, de Jorge Aragão, abriu os trabalhos do Grupo Afoxé Memórias da Resistência, que estreou no Carnaval de Poços de Caldas em 2023 trazendo para a maior festa popular do país o legado dos grupos tradicionais da cidade. Ainda na Arena Cascatinha, a canção deu início ao cortejo, que seguiu com força pela Avenida Santo Antônio.

Músicas como “Sorriso negro”, de autoria de Jorge Portela, Adilson de Barro e Jair de Carvalho, eternizada na voz de Dona Ivone Lara, no disco homônimo de 1981, embalaram os integrantes do grupo durante todo o percurso, expandindo a voz do povo preto, da Cascatinha até a Praça dos Macacos. No palco, a sambista Edna Santos e os músicos de sua banda receberam os integrantes do Afoxé Memórias da Resistência. Já no retorno para a Arena Cascatinha, a comunidade se reuniu para o show do grupo Samba do Vô. Nem mesmo a chuva desanimou o público, que dançou até o fim.

A proposta é uma iniciativa das moradoras e moradores do bairro da Cascatinha, que tem como objetivo a retomada e também uma homenagem às diversas iniciativas culturais históricas de resistência que surgiram, existiram e perpetuaram tradições e criações das comunidades afro-brasileiras na cidade de Poços de Caldas, a partir deste território.

“Foi tudo perfeito, muito organizado, não tivemos nenhuma interferência ou problema. Foi tudo maravilhoso, superou em muito a nossa expectativa. A gente sabia que ia ser bom, mas não esperava que fosse tanto. O percurso foi maravilhoso, com muita gente, só agradecer!”, destaca a presidente da Associação Afro Ancestral de Poços de Caldas e conselheira da Câmara Setorial de Cultura Popular do Conselho Municipal de Política Cultural, Ana Maria de Paula Cruz.

“A proposta foi minha, como conselheira da Câmara Setorial de Cultura Popular, para a Mãe Sônia, para reunir o pessoal da Cascatinha, que é nossa função estar levando possibilidades para o povo que faz cultura. E a Tia Sônia abraçou a ideia e juntou todo mundo e fomos movimentando as pessoas para que desse certo. Decidi chamar o pessoal para essa retomada do Carnaval, enquanto representante da Cultura Popular e virou esse sucesso todo”, conta Ana Maria.

Sônia Cesário, a Tia Sônia, como é conhecida pelas pessoas da região, além de Mãe de Santo no Candomblé e Benzedeira, é uma importante liderança cultural que esteve à frente, a partir das gerações anteriores de sua família, das atividades culturais do carnaval por mais de 50 anos. Além disso, o protagonismo da sua família e da comunidade está presente nas iniciativas culturais de matrizes africanas como a Congada e nas raízes do samba.

“Já estamos nos organizando para o ano que vem, porque neste ano nos organizamos em tempo recorde. Tenho também algumas sugestões para o ano que vem, enquanto conselheira da Cultura Tradicional e vamos conversar no Conselho Municipal de Política Cultural. A gente já está a postos para começar a organizar o evento para o próximo ano”, informa a presidente da Associação Afro Ancestral, Ana Maria de Paula Cruz.

O objetivo é retomar atividades culturais comunitárias de rua, a partir da ação do Grupo de Afoxé Memórias da Resistência, como forma de movimentar culturalmente o território e de homenagear antigas iniciativas como o Grupo de Afoxé Ilê Aiê Dandara, o espaço e grupo cultural Quilombo dos Palmares, a trajetória de todas as comunidades sambistas da cidade, como a Vivaldinos da Vivaldi.

O evento contou com apoio da Prefeitura, por meio de diversas secretarias municipais.

 

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