As jovens Jéssica Feliciano e Larissa Bastos, residem na zona rural. Nessa região, muitas mulheres são casadas e têm como renda familiar, exclusivamente, o dinheiro dos maridos, fruto do trabalho na colheita de café. Com o objetivo de aumentar os recursos financeiros, em outubro de 2018, algumas moradoras decidiram dar início a produção de caixas de papel e papelão.
Como fazer isso? Nesse momento, entraram na vida do grupo as secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET) e de Promoção Social, que encamparam o projeto, disponibilizando apoio técnico e profissional as mulheres artesãs. Ao todo, elas são em dez e produzem caixas, em tamanho e modelos variados, em papel Roller e papelão Collor Plus.
Depois de uma ano o grupo, que tem a oficina de trabalho na E. M. José Avelino de Melo, na comunidade da Fazenda Lambari, já colhe frutos da iniciativa. Na manhã desta quinta-feira (21), elas entregaram uma encomenda de 200 caixas (em formato de urna), para a Acia – Associação Comercial e Industrial de Poços de Caldas. O material será utilizado pela entidade nas promoções realizadas durante o ano.
O vice-prefeito, Flávio Faria, que também é titular da SMDET, ficou feliz com a parceria das artesãs e a Acia, porque mostra que o esforço das mulheres da zona rural está sendo recompensado. Para ele, é animador ver o trabalho desse grupo ganhar cada vez mais espaço no mercado local e, também, em outros centros importantes como São Paulo (capital), conseguindo clientes em lojas e shoppings. “O dinheiro com a venda de produtos fortalece a renda e os laços familiares e também dá maior autonomia, independência e aumenta a autoestima das mulheres”, ressaltou.
A secretária Municipal de Promoção Social, Luzia Teixeira Martins, considera muito positivo o trabalho da Incubadora Social (projeto de inclusão profissional da Prefeitura) que mantém uma série de oficinas de qualificação que auxiliam as pessoas, porque focam nas competências e habilidades de cada indivíduo. Ao citar a boa apresentação das caixas adquiridas pela Acia, Luzia lembrou que nas oficinas, as mulheres contam com assistência técnica integral “e é isso que garante a qualidade dos produtos”.
O empresário Hamilton Loiola Jr., que também é conselheiro da Acia, afirma que é importante o cunho social da iniciativa, porém, a entidade como representante dos comerciantes, tem que ter foco na garantia da qualidade do produto adquirido. Para ele, a parceria com as artesãs da zona rural deve continuar, porque o material entregue é muito bom e “isso nos estimula também a divulgar o trabalho do grupo a todos os associados.
Andressa é oficineira da Secretaria de Promoção Social e atua junto ao projeto na zona rural, desde o início. Na avaliação dela, a comercialização das caixas tem aumentado e, sem dúvida, isso está melhorando a vida das mulheres e de suas respectivas famílias, porque o dinheiro, que antes não existia, agora ajuda nas despesas da casa.
As oficinas funcionam, todas as 3ªs e 5ªs feiras, na E. M José Avelino de Melo, na Fazenda Lambari.